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Doença PneumocócicaHomeA sua SaúdeDoença PneumocócicaA doença pneumocócica é uma importante causa de morbilidade e mortalidade em todo o mundo, e embora o número de casos tenha vindo a decrescer na era pós-vacinal, ainda é responsável por um grande número de infeções.1

O Streptococcus pneumoniae é uma bactéria Gram-positiva e é o agente etiológico da doença pneumocócica. Conhecido como pneumococo, é uma das principais causas de infeções respiratórias, como a pneumonia adquirida na comunidade (PAC), otite aguda e sinusite. O pneumococo pode invadir locais estéreis do corpo humano e causar Doença Invasiva Pneumocócica (DIP), como a meningite, bacteriémia, sépsis e pneumonia bacteriémica.

Estima-se que anualmente, nos Estados Unidos, ocorram 400 mil hospitalizações por pneumonia pneumocócica, 3 mil a 6 mil casos de meningite pneumocócica e 5 milhões de casos de otite média causados pela infeção pelo pneumococo.2

A DIP é uma doença de risco elevado nos extremos de idade: crianças pequenas (< 2 anos de idade) e adultos mais velhos (≥ 65 anos) e ainda em pessoas com comorbilidades associadas ao aumento de risco de DIP.3

Fig.1 - Adaptado de: Henriques-Normark B, et al. Cold Spring Harb Perspect Med. 2013;3(7):a010215

A transmissão do pneumococo ocorre por meio do contato direto através de gotículas de saliva ou secreções, especialmente em ambientes fechados ou com aglomeração de pessoas, que facilitam a disseminação da bactéria.2, 4
O pneumococo possui uma cápsula polissacárida, a qual é um fator determinante do seu grau de patogenicidade. Esta cápsula é a base para a classificação da bactéria em serotipos, sendo o principal alvo de todas as vacinas atuais e em desenvolvimento.3,5
Atualmente, existem mais de 100 serotipos identificados, e, apesar desta grande variedade, apenas um grupo restrito de serotipos é responsável pela maioria dos casos de doença invasiva. 3,5,6

Colonização Nasofaríngea

O Streptococcus pneumoniae tem uma relação complexa com o hospedeiro. Por um lado, os pneumococos estão altamente adaptados ao ser humano, sendo o seu principal reservatório a superfície da mucosa das vias aéreas superiores (região nasofaríngea), de onde pode ser transmitido para outros indivíduos.
Por outro lado, o pneumococo pode causar doença grave quando fatores bacterianos e do hospedeiro lhe permitem invadir a nasofaringe e atingir o ouvido médio, pulmões, e locais habitualmente estéreis como a corrente sanguínea e meninges.7
A transmissão, colonização e invasão do Streptococcus pneumoniae depende da capacidade que o mesmo tem de escapar à resposta inflamatória ou de se aproveitar de uma fragilização do sistema imunológico do hospedeiro.7
A colonização bacteriana do trato respiratório superior é geralmente assintomática e representa o primeiro passo para o estabelecimento da PAC (Pneumonia Adquirida na Comunidade) no hospedeiro. Portanto, a colheita de secreções da nasofaringe é amplamente utilizada para entender a circulação de bactérias respiratórias.8

Manifestações da doença pneumocócica

A doença pneumocócica varia entre DIP (Doença Invasiva Pneumocócica), que se pode manifestar em doença grave como meningite, bacteriémia, sépsis e pneumonia bacteriémica, até manifestações menos graves, porém frequentes, como pneumonia não invasiva e otite média. 

Fatores de Risco para a doença pneumocócica

O Streptococcus pneumoniae coloniza a mucosa do trato respiratório superior após o nascimento, atingindo o pico nos dois primeiros anos de vida. A colonização nasofaríngea é uma condição prévia importante para o desenvolvimento da DIP e para a disseminação na comunidade.10
Crianças com idade inferior a 5 anos, em especial menores de 2 anos de idade, representam um risco superior devido à imaturidade do sistema imunológico.4,11
Adultos com idade superior a 60 anos de idade também configuram um importante grupo de risco devido à imunossenescência.12
Além disso, muitas doenças e condições de vida que comprometem o sistema de defesa para o pneumococo contribuem para um aumento do fator de risco para a doença como: utilização/consumo de drogas, hábitos tabágicos, infeção por VIH, doença oncológica, transplante de medula óssea e de órgãos sólidos, asplenia anatómica ou funcional, hemoglobinopatias como anemia falciforme, imunodeficiências congénitas, implante coclear, fístula de LCR (líquido cefalorraquidiano), doenças crónicas como nefropatias, cardiomiopatias, hepatopatias, neuropatias, pneumopatias (incluindo fibrose quística e asma), Síndrome de Down e diabetes mellitus.2,13,14

Epidemiologia da doença pneumocócica

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), do total de 5,8 milhões de mortes estimadas em crianças com idade inferior a 5 anos em todo o mundo em 2015, acredita-se que 318 mil (intervalo de confiança: 207 000 a 395 000) mortes foram causadas por infeções pneumocócicas, das quais 294 mil mortes (intervalo de confiança: 192 000 a 366 000) ocorreram em crianças não infetadas com VIH.9

Epidemiologia da doença pneumocócica

No período de 2000 a 2009, a PAC representou 3,7% do total de internamentos na população adulta em Portugal Continental. 14
A média anual de internamentos por PAC foi de 3,61/1000 habitantes, aumentando para 13,4/1000 habitantes nos adultos com idade ≥ 65 anos. 14

Em Portugal, no ano de 2015, foram internadas 36 366 pessoas adultas, correspondente a 40 696 admissões hospitalares por pneumonia. A grande maioria eram idosos com uma mediana de idade de 80 anos. O pneumococo foi responsável por 41,2% dos casos.                        

A taxa de mortalidade global foi de 25,1%, sendo superior nas pessoas com idade acima de 75 anos de idade.14                     
As pneumonias são a principal causa de hospitalização potencialmente prevenível nos Cuidados de Saúde Primários em Portugal. Representam 27,72% das hospitalizações em 2017, com um custo total estimado de 97 477 559€ e de 2620€ por hospitalização. 14                            

Referências

PP-PFE-PRT-0575

Corrêa RDA, Costa AN, Lundgren F, et al. 2018 recommendations for the managementof community acquired pneumonia. J Bras Pneumol. 2018;44(5):405-23. 

2 Centers for Disease Control and Prevention. Pneumococcal disease. In: Hamborsky J, Kroger A, Wolfe S, editores. Epidemiology and Prevention of Vaccine-Preventable Diseases. 13.ed. Washington, DC: Public Health Foundation; 2015. p. 279-96. Disponível em: https://www.cdc.gov/vaccines/pubs/pinkbook/pneumo.html#streptococcus-pneumoniae . Acedido a 3 de novembro de 2023

3 Amin-Chowdhury Z, Iyanger N, Ramsay ME, et al. Outbreaks of severe pneumococcal disease in closed settings in the conjugate vaccines era, 2010-2018: A systematic review to inform national guidance in the UK. J Infect. 2019;79(6):495-502. 

4 Sociedade Brasileira de Imunização - SBIM. doença pneumocócica (DP).
Disponível em: https://familia.sbim.org.br/doencas/doenca-pneumococica-dp.
Acedido a 3 de novembro de 2023 

5 González-Díaz A, Càmara J, Ercibengoa M, et al. Emerging non-13-valent pneumococcal conjugate vaccine (PCV13) serotypes causing adult invasive pneumococcal disease in the late-PCV13 period in Spain. Clin Microbiol Infect. 2019 Nov 19. pii: S1198- 743X(19)30589-0. 

6 Van Tonder AJ, Gladstone RA, Lo SW, et al. Putative novel cps loci in large global collection of pneumococci. Microb Genom. 2019 Jul;5(7). 

7 Weiser JN, Ferreira DM, Paton JC, et al. Streptococcus pneumoniae: transmission, colonization and invasion. Nat Rev Microbiol. 2018;16(6):355-67.

8 Zanella RC, Brandileone MCC, Almeida SCG, et al. Nasopharyngeal carriage of Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae, and Staphylococcus aureus in a Brazilian elderly cohort. PLoS One. 2019;14(8):e0221525.

9 Pneumococcal conjugate vaccines in infants and children under 5 years of age: WHO position paper – February 2019.
Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/310970/WER9408-85-103.pdf?sequence=2&isAllowed=y.
Acedido a 3 de novembro de 2023.

10 Brandileone MC, Zanella RC, Almeida SCG, et al. Long-term effect of 10-valent pneumococcal conjugate vaccine on nasopharyngeal carriage of Streptococcus pneumoniae in children in Brazil. Vaccine. 2019;37(36):5357-63.

11 Neves FPG, Cardoso NT, Cardoso CAA, et al. Direct effect of the 13-valent pneumococcal conjugate vaccine use on pneumococcal colonization among children in Brazil. Vaccine. 2019;37(36): 5265-9. 

12 Kaplan A, Arsenault P, Aw B, et al. Vaccine strategies for prevention of community-acquired pneumonia in Canada: Who would benefit most from pneumococcal immunization? Can Fam Physician. 2019;65(9):625-33. 

13 Van Aalst M, Lötsch F, Spijker R, et al. Incidence of invasive pneumococcal disease in immunocompromised patients: A systematic review and meta-analysis. Travel Med Infect Dis. 2018;24:89-100. 

14 Recomendações GRESP vacinação anti-pneumocócica. Grupo de Doenças Respiratórias Medicina Geral e Familiar.
Disponível em: recomendacoes-gresp-vacinacao-anti-pneumococica.pdf.
Acedido a 3 de novembro de 2023.

 

Elaborado em novembro de 2023 (PP-PRV-PRT-0059)

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