A Fibrilhação Auricular é uma arritmia (perturbação do ritmo cardíaco) que faz com que o seu coração bata rapidamente e fora de ritmo.
No entanto, algumas pessoas com Fibrilhação Auricular não sentem quaisquer sintomas ("Fibrilhação Auricular silenciosa").
O coração é composto por quatro câmaras: as aurículas esquerda e direita (as duas câmaras superiores) e os ventrículos esquerdo e direito (as duas câmaras inferiores).
A Fibrilhação Auricular ocorre quando se desenvolve atividade elétrica caótica nas aurículas, perturbando o ritmo normal do coração. Como consequência, as aurículas não contraem devidamente e o coração não consegue bombear o sangue normalmente.
Em Portugal, a prevalência da Fibrilhação Auricular em pessoas com idade igual ou superior a 65 anos é de 9%, ou seja, 9 em cada 100 portugueses com 65 ou mais anos têm fibrilhação auricular 2.
A causa exata da Fibrilhação Auricular não é totalmente conhecida. O risco aumenta com a idade e é mais frequente em pessoas com outros problemas cardíacos tais como: pressão arterial elevada, espessamento/obstrução dos vasos sanguíneos que irrigam o coração, enfarte do miocárdio, doença cardíaca congénita e após cirurgia cardíaca.
O principal risco associado à Fibrilhação Auricular é o acidente vascular cerebral (AVC).
A Fibrilhação Auricular aumenta em quatro a cinco vezes o risco de AVC isquémico ("obstrução de um vaso sanguíneo no cérebro").
Os AVC provocados por fibrilhação auricular são habitualmente “mais incapacitantes, mais graves e de pior prognóstico".
Na Fibrilhação Auricular o sangue não está a ser devidamente bombeado para fora do coração, podendo este estagnar ou "acumular-se" e dar origem a um coágulo. Caso este coágulo saia do coração e entre nos pequenos vasos sanguíneos do cérebro, pode haver um bloqueio no fluxo sanguíneo cerebral originando-se num AVC.
Para além do AVC, caso a sua Fibrilhação Auricular não esteja devidamente controlada, esta pode começar a enfraquecer o coração e em casos extremos pode dar origem a uma insuficiência cardíaca, uma condição em que o coração não consegue bombear sangue eficazmente.
As opções de tratamento da Fibrilhação Auricular e das suas potenciais complicações incluem medicamentos e/ou intervenções cirúrgicas. Fale com o seu médico caso tenha 65 ou mais anos e tenha algum sintoma associado a esta condição.
O eletrocardiograma (ECG) de 12 derivações é utilizado para confirmar o diagnóstico de Fibrilhação Auricular pelo seu médico.
Saiba mais sobre Fibrilhação Auricular aqui: www.afibmatters.org/pt-pt/
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) pode ter um grande impacto na vida de uma pessoa. Caso queira saber quais são os sinais de alerta de um AVC ou se sobreviveu a um AVC ou é cuidador/familiar de alguém que sofreu um AVC, poderá encontrar respostas às suas dúvidas na página da internet da Associação Portugal AVC - União de Sobreviventes, Familiares e Amigos: www.portugalavc.pt/
Referências:
1 Lip GYH et al. Atrial fibrillation. Lancet 2012; 379:648-61
2 Monteiro P et al. Rev Port Cardiol. 2018; 37(4):307-313
3 Kirchhof, P et al. Eur Heart J. 2016; 37(38):2893-2962
4 Health Policy Partnership https://www.healthpolicypartnership.com/project/atrial-fibrillation-stroke/ Acedido em 22/02/2022
PP-UNP-PRT-0335